Eu desejei por tempo muito
Que minhas lágrimas fossem breves
Não durassem mais que dois minutos
E que nos meus olhos fossem leves
Sinto que pouco ainda mudou em mim
E elas continuam a correr do mesmo modo
Como se os dias não passassem e assim
O mesmo gosto de sal em que me afogo
Como sonhos que me pesam o peito
E me desesperam quando me acordo
Sonhos que de medos preenchem o leito
Monstros de ternura me cercam, tão logo
Caia a noite, esta sem doçura no luar
Como se fosse feita para eu poetizar
Mas meu mundinho tão zeloso e calado
Se dói quando o tenho aos poucos revelado
Simples seria ser como um novelo de lã
A desenrolar os olhos como uma tecitura
E não essa tristeza debruçada em meu divã
Para sempre afogar-me em minha ternura
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