Sou doce quando digo a verdade
Ainda que esta seja pouca a dizer
E ainda que eu não saiba a realidade
Meus poemas por mim irão viver
Chegará um tempo em que serão memórias
Passados os anos de minha juventude
Onde me rememoro das visões da longitude
Dos caminhos de minhas histórias
Que seja agora e eternamente passado
As dores que vivi e os amores que amei
E que meus poemas sejam como a vida
Das mais doces obras que já contei
E eu sonho com um fio vermelho no coração
A ligar minha alma às belezas do mundo
E se este lugar de poesia for assim fecundo
Haverá de brotar flores no fim desta estação
E se meu mundo florescido, crescido se revelar
Ah, a doçura do mundo, com o mel sacralizar
Se o mundo for-me doce como meus poemas
Serei a alma mais feliz destes meus temas
E meus poemas são tudo para mim
São o que restam no meu coração sem fim
São as notas mais delicadas da minha vida
São a chegada, e jamais a triste partida
E se parto-o em palavras, como dá-lo à luz
Ao poema tão doce, de ternuras que me conduz
Serei eternamente um algodão a pairar no céu
A relembrar as visões da vida deste mundaréu
E o mundo que é redondo, plano, grande mundo
Aquele mundo que vejo na doçura do meu olhar
Hoje tão cheio de ternura a se revelar, para sempre
As visões de que nutri meu peito, agora, por primeiro
Comments