A vazia noite esvai
A Lágrima me cai
Das dores lamentei
Por tudo que chorei
Na escuridão eu vejo
Como um lampejo
Sua face distante
Melancólica, amante
Ela me observa
Com olhos grandes
Olhos brilhantes
De cores vibrantes
Sua feição é doce
É como se fosse
Calorosa e delicada
Vendo tristeza derramada
Seu olhar é penetrante
Eu me perco neste instante
De não poder sentir senão
Vazio em meu coração
Sua voz é fria e amorosa
Não é voz rancorosa
Das penas da Solidão
Ela, só e eu, então
Amante dos amantes
Aquela que cuida
Dos solitários e sós
Com seu manto vermelho
Eu vejo em seu olhar
Nada além de um espelho
Que reflete o meu vazio
Dele, só Solidão vê
Solidão sabe e acompanha
A dor que é tamanha
De viver só, por si só
Na garganta um nó
Soluços e arrepios
Seus abraços causam
Nada mais que vazio
Seu abraço, Solidão
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